Deixe-se levar pelas palavras que fluem em correnteza contra a margem do seu ser. Aproveite a onda, não lute contra, não tema a tsunami que é a história que mora dentro de você, é apenas a primeira de muitas.
Com o tempo, vai entender que a correnteza é mais forte do que você jamais será, mas não se desespere. Isso não significa que não há nada que você possa fazer. Entenda que as palavras vão tentar fluir como água por suas mãos e fazer uma barragem apenas aumenta a força da água. Rabisque quando a mão coçar, é um anúncio da onda que chega.
A seca é uma ilusão que sua mente cria por acreditar que a produção é apenas palavra no papel. O oceano está sempre lá e você pode mergulhar sempre que quiser, explorar as profundezas da sua criatividade, quando estiver pronto. Não se preocupe. E vai perceber que é possível respirar em baixo d’água.
Encontre Atlântida, cidade dos personagens que vivem no fundo da sua mente. Converse com eles, escute-os. Eles são o que suas mãos querem por pra fora. Mas não ainda. Então, se dê tempo para aproveitar a confusão mental que antecede o escrever. Você não está perdido, o caminho apenas está sendo construído. A cada letra escrita, apagada, reescrita, uma trilha se forma. Cabe a você descobrir onde ela leva.
Ser escritor é viajar o mundo, mesmo sem sair do lugar, e saber guiar outros que tentem fazer o mesmo. É colocar sua alma em exposição e é metamorfose constante. Não tenha medo das suas palavras, elas são sua maior força.