De uns tempos pra cá, tem crescido o número de projetos que tentam conseguir dinheiro direto com o público. Apesar de ser um modelo de arrecadamento que tem suas raízes numa campanha de 1997, foi o site Kickstarter que propagou a ideia e, hoje, existem mais de 450 plataformas espalhadas pelo mundo que, em 2013, já tinham permitido arrecadar uma quantia de mais de cinco bilhões de dólares. No Brasil, a plataforma mais conhecida é o Catarse.
Mas o que livros tem a ver com isso?
Autores que autopublicam encontram nesse meio a possibilidade de financiar suas festas de lançamento, tiragens impressas e outros eventos de divulgação. Quem publica com editoras de pequeno ou médio porte pode usar essas plataformas para cobrir o investimento que sairia do próprio bolso.
A ideia é um financiamento tudo-ou-nada, se a campanha não for bem sucedida, o dinheiro é devolvido aos apoiadores e os idealizadores do projeto não recebem nada. Nesse modelo (existem outros), os projetos costumam oferecer recompensas divididas em faixas de preço – que podem ser desde marcadores e o próprio livro impresso ou ebook a posteres com cenas da história – e, nas campanhas literárias, essas recompensas costumam incluir desde o pdf do livro a visita do autor em escolas e empresas que escolham apoiá-lo. É uma das formas de vender o livro antes de lançá-lo.
Porém, há o risco da campanha não ser bem sucedida. Nesses casos, os apoiadores não ganham nada e o idealizador precisa arranjar o dinheiro de outra forma. A questão é que o financiamento coletivo não precisa de nenhum investimento grande para lançar a campanha – os sites costumam apenas cobrar uma taxa sobre o valor arrecadado e apenas em caso de sucesso.
E dá certo?
A categoria Literatura, no Catarse, conta com uma taxa de sucesso de 41% e, até o momento, já arrecadou um total aproximado de 2,6 milhões de reais. Os sites deixam a mostra os projetos terminados, tenham eles atingido suas metas ou não, o que pode ajudar futuros idealizadores a perceber o que funciona.
Na maioria dos casos, o sucesso depende de cativar o público. Uma campanha bem pensada costuma ter um vídeo de introdução e usar bastante imagens para ilustrar o que será feito e como – incluindo exemplos das recompensas oferecidas.
Ser escritor e publicar um livro já é muito trabalho. Não é uma para todos, mas o financiamento coletivo pode ser uma opção barata de viabilizar uma ideia com a ajuda do próprio público interessado.
Outras formas de financiamento coletivo
Até agora, falei bastante do tudo-ou-nada, mas esse não é o único que existe. Pra quem precisa, tem o modelo “vaquinha”, onde o idealizador fica com todo o dinheiro arrecadado, mesmo que não bata a média. E se o objetivo é conseguir uma renda mensal, tem o modelo em que os apoiadores pagam por mês para o idealizador realizar seus projetos.
É uma questão de escolher qual é a melhor forma de financiar o que você tem em mente.